Entrevista Eng. Eduardo - Jornal ASSEAG
Ausência da Engenharia na Proteção conta Incêndios nos Hospitais
No Brasil, a Engenharia de Segurança Contra
Incêndios não é levada a sério na grande
maioria das edificações, e este cenário agrava-se quando tratamos dos Hospitais Públicos. Isto se deve ao fato de se
esconderem atrás da necessidade da população, emperrando que medidas administrativas legais, tais como o fechamento e a interdição sejam cumpridas.
Mas essa negligência aumenta o risco dos funcionários e, principalmente, dos pacientes, que muitas vezes, quando internados, não possuem condições de fuga em segurança, em virtude de necessitarem de aparelhos de manutenção da vida, chegando às situações críticas, como a interrupção de cirurgias.
São muitos os casos que se tornaram tragédias com a perda de vidas humanas, como a ocorrida no último dia 4 de novembro, com quatro vítimas fatais num Hospital do Rio de Janeiro.
Mas muitos casos
ocorreram, podendo citar alguns casos de maior relevância:
Hospital em
Barbacena (2018);
Hospital do
Rim, em Mossoró (2018);
Hospital Universitário da UFRJ (2018);
Hospital SEPACO 2017); Hospital de Caridade em Florianópolis (2014);
Hospital das Clínicas, em São Paulo (duas ocorrências: 2007 e 2018)
A segurança global contra incêndios pode ser dividida em quatro etapas:
- Prevenção, visa evitar o surgimento do incêndio;
- Confinamento, visa controlar o crescimento do incêndio;
- Evacuação, visa garantir que os seus ocupantes possam sair da edificação em segurança, e as equipes de resgate possam adentrar, também em segurança;
- Combate, visa combater as chamas até extingui-las.
As ações preventivas são vitais para a segurança, como a devida implantação, uso e manutenção das Instalações: Elétricas, de Gases Combustíveis e comburentes, das Caldeiras, do SPDA (para-raios), dos diversos equipamentos utilizados, do adequado armazenamento e controle dos materiais combustíveis.
O confinamento se dá com a interposição de elementos construtivos resistentes ao fogo, evitando que o incêndio se espalhe para outros andares e locais da edificação, reduzindo o seu potencial devastador. A evacuação é feita com rotas de fuga dimensionadas para o perfil e quantidade de público prevista para o estabelecimento. E o combate é a parte mais visível desse conjunto de medidas, mas nem por isto, recebe a devida importância dos gestores.
Todas essas etapas multidisciplinares são atividades de Engenharia e Arquitetura, e que requerem a participação de profissionais especializados para garantir a efetiva segurança da população.
Fonte: Entrevista Jornal ASSEAG
Eng. Civil e Segurança do Trabalho:
Eduardo Henrique Martins
1º Tesoureiro da ASSEAG
Inspetor-chefe do CREA-SP